sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Tendências do século XXI trazem novidades para o mundo da dança



A dança não é mais a mesma de tempos atrás. Ela sofre mutações a cada década que passa. Ritmos diferentes se fundem e surgem novos estilos. O samba de gafieira e o zouk podem servir de exemplo. Para dançar, sempre foi preciso um cavalheiro e uma dama, mas agora, eles ganharam um novo parceiro: o hip hop.
O Samba tem sua origem nos negros e adaptou-se perfeitamente à vida boêmia nos anos 20, tornando-se a marca registrada do Rio de Janeiro. Zouk quer dizer festa. É considerado um primo distante da lambada e acredita-se que tem origem nas Antilhas Francesas. O hip hop foi usado como forma de protesto na década de 60 pelas classes menos favorecidas, nos Estados Unidos. Ritmos que não parecem combinar ou ter algum tipo de ligação, agora andam de mãos dadas.
De acordo com o professor de dança, e proprietário de academia, João Piccoli, mudanças seriam inevitáveis porque o jovem se interessa por coisas novas e mais dinâmicas: “As academias já não estão mais trabalhando com isso (estilos de dança tradicionais). Os jovens gostam de uma coisa mais performática, de dança com muita perna, mais ‘pressão’, agilidade”.
O único lugar que ainda se vê pessoas desfrutando da ‘tranqüilidade’ de um salão com muito bolero, um pouco de samba, soltinho e, às vezes, até forró são nos bailes da terceira idade. “Muitos estão reinventando o samba de gafieira, mas ele tem origem tradicional e já antigo. O samba é uma coisa nata como em um jogo de futebol: tem vários novos atletas surgindo, mas nenhum se compara ao Pelé”, declarou Juventil Reis Ferreira, profissional da dança que acompanha as senhoras nos bailes da terceira idade.
A televisão está ajudando muito no ressurgimento dos salões de dança através de programas de auditório como o do Domingão do Faustão com o quadro A Danças dos Famosos. Mas, aparentemente, isso não foi suficiente para encher os bolsos dos profissionais que produzem as festas e bailes. A entrada de uma festa de zouk custa, em média, R$ 5,00 a R$ 10,00 e o consumo dos frequentadores é sempre baixo. “Já vi gente bebendo água da torneira do banheiro para economizar dinheiro”, revela Bruno Barreto, mais conhecido no meio como o DJ Arkhan’jo. Roberto Rodrigues Martins, o DJ Beto S3T (Street), também deu seu depoimento: “Eu já vi Jaime Arôxa falando que o que a gente dança é proibidão”.
Arkhan’jo foi quem criou o estilo conhecido como Zouk II Flow, onde se inspirou na versão tradicional com o adicional das batidas de hip hop. “Queria criar uma coisa mais urbana, que se encaixasse no estilo de vida das grandes cidades”, explica do DJ, “Até porque o que dançávamos aqui não era o verdadeiro zouk e sim uma adaptação dele com a lambada”. E garante que o novo estilo é sucesso também entre o público mais velho.

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